Os disjuntores termomagnéticos são equipamentos usados para proteger circuitos elétricos. Sua construção envolve uma liga metálica que deforma com o aumento da temperatura (térmico), causado pelo aumento da corrente, e uma bobina (magnético), que aumenta o campo magnético com o aumento da corrente. Ambos os componentes acionam um mecanismo que desarma o disjuntor, abrindo o circuito, evitando perigosas sobre correntes que poderiam danificar os cabos e Até causar incêndios! Veja o Post “Curto-circuito pode se tornar um incêndio?“
Os disjuntores são divididos em tipos de curva de desarme. Os tipos mais encontrados são: Unipolar, Bipolar e Tripolar, mas este artigo vai se aprofundar nas curvas de desarmes.
A curva de desarme dos disjuntores é a forma como se separa um disjuntor mais sensível de um menos sensível. Um amigo meu, Almir Alevi, montou uma linha de produção de disjuntores. No final da linha (depois do disjuntor montado) um equipamento de teste verificava a as correntes que o disjuntor desarmava e definia a curva e a corrente. Ou seja, é uma característica construtiva do material e está intrinsecamente ligada as tolerâncias que a bobina usada possui.
As curvas podem ser B, C ou D de acordo com a NBR5410. A classificação começa no B para evitar confusão entre uma possível curva A e a unidade de medida de corrente A (ampere). Mas também existe curva de disjuntores mais sensíveis, a ABB o chama de curva Z e outros fabricantes os chamam de disjuntor DC.
Disjuntor Curva D
O disjuntor curva D é o menos sensível da norma, por isso é tão difícil encontrar um desses para comprar hoje em dia. Estes equipamentos só atuam entre 10 e 20 vezes a corrente nominal (in), ou seja, se você está usando um D10 (curva D, in=10A), ele só desarmará entre 100 e 200A. É recomendado usá-lo em cargas com alta corrente de partida como transformadores de baixa tensão e os cabos ligados nesse circuito devem suportar esses 200A para não superaquecer e não se danificar.
Disjuntor Curva C
O disjuntor curva C é o mais usado, mais econômico e com uma sensibilidade mediana. Eles atuam entre 5 e 10 vezes a corrente nominal. Então um C6 vai desarmar entre 30 e 60A. São largamente usados para lâmpadas fluorescentes, transformadores e cargas com uma certa corrente de partida.
Disjuntor Curva B
O disjuntor curva B desarma entre 3 e 5 vezes a corrente nominal (in), ou seja, se você está usando um B2 (curva B, in=2A), ele só desarmará entre 6 e 10A. É recomendado usá-lo em cargas como chuveiro e lâmpadas incandescentes (cargas resistivas) em que a corrente de partida não é tão grande.
Deve-se observar também que devemos calcular a corrente de curto circuito (Icc) do circuito, porque se essa corrente não ultrapassar a corrente mínima de desarme do disjuntor, seu disjuntor não abre o que pode ocasionar sobre corrente por longos períodos.
Disjuntor Curva Z
São os disjuntores mecânicos mais sensíveis, desarmam ente 2 e 3 vezes a corrente nominal, ou seja, um disjuntor Z2, vai desarmar entre 4 e 6 A. São indicados para circuitos que não podemos ter grandes sobre correntes, como máquinas e equipamentos industriais. Por exemplo locais onde cabos de 0,34mm2 são usados, disjuntores curva B e C podem não desarmar.
Uma grande ressalva que deve-se fazer no disjuntor curva Z é quanto à sua sensibilidade. Equipamentos com corrente de partida média, como PCLs, IHMs, e até fontes de alimentação, ou alguns equipamentos em paralelo com pouca corrente de partida já são suficientes para desarmarem esse tipo de disjuntor. E se você tenta ligar esses equipamentos o disjuntor desarma… Mas isso fica para um próximo post.
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