Ethernet Industrial

Futuro do pretérito da Ethernet Industrial

Se você estivesse em 2002, qual seria o futuro da Ethernet Industrial? Voltando para hoje, qual é sua opinião sobre o futuro da Indústria 4.0? E do emprego na indústria? E da indústria no geral? Olhar para frente não é nada fácil. Normalmente nos baseamos no presente e até no passado para comparar com tecnologias emergentes… mas, e se olharmos depois de alguns anos? Com a ajuda do meu amigo Jose Carlos Rago, encontrei a versão digital de uma revista que me acompanhou por alguns meses em 2002 e que tentava prever o futuro das redes de campo.

A capa da edição número 70 da revista Controle & Instrumentação era futurista. Falava sobre Ethernet na Indústria enquanto o que era bom mesmo era o Profibus e o DeviceNet. Para ver a versão digital da revista, clique aqui.

 

Capa Controle & Instrumentação edição 70

Capa Controle & Instrumentação edição 70

Qual seria o futuro da Ethernet Industrial, segundo a reportagem?

O mais legal da revista foram algumas citações:

”Partindo do princípio que chão de fábrica é a conexão entre o processo e um dispositivo, a Ethernet nunca chegará nesse nível”

“Não vejo essa necessidade [de criação de novos protocolos]. A criação de uma nova rede está ligada a uma série de dificuldades. O mercado já está bem consolidado.”

“Todas as opções que existem no mercado satisfazem 99,99% do mercado. Os protocolos atendem as exigências dos usuários, mas existe uma falta de diretriz.”

“É muito desgastante o lançamento de uma nova rede. Acho que nós teremos melhorias nas redes existentes. Tornando-se até incompatíveis com as primeiras versões, o que algo natural. É o exemplo do Windows. É natural. Veja o caso das placas de PLCs de 15 anos atrás, não serve para os PLCs de hoje. O custo de se criar uma nova rede é muito grande. Pode ser que aconteça, alguém arrume um jeito de facilitar a automação, mas o caminho leva a crer que os investimentos caminharão no sentido de melhorar as redes existentes para melhorar os problemas que temos por aí.”

“Quanto mais dispositivos existem, mais colisões têm-se na rede. Ninguém sabe quando o dado que está sendo enviado na rede vai aparecer na outra ponta, ou seja, não dá para se determinar. Está se resolvendo o problema da Ethernet através da implantação de um switch. Consegue-se ter um trânsito que dá a idéia de determinismo, mas não é bem assim. No fundo, com o switch têm-se alguns falando ao mesmo tempo, mas as filas de espera continuam.”

“Esses passos diferentes estão acontecendo na camada de aplicação. Aí está o problema, cada um faz o seu. Apesar de estar sendo resolvido problemas como meio físico, conector e organização de mensagens, quando a mensagem chega no destino final o que ela significa? Ela tem um significado diferente em redes distintas. A movimentação em prol da Ethernet aconteceu porque é uma rede barata. Mas, a placa é diferente, assim como o conector e o cabo, ou seja, não foram padronizados para um ambiente industrial, que muitas vezes é extremamente agressivo.” 

“Vale lembrar que outro problema com Ethernet tradicional é o tamanho grande da mensagem. Na área industrial trabalha-se com arquivos pequenos.”

“Caso a gente consiga chegar a uma norma da Ethernet que garanta o determinismo e o tempo real, isso [Ethernet Industrial entre sensores e controladores] será viável. Caso contrário eu não acredito em Ethernet para os sensores e atuadores. Depende da evolução da rede.”

Parece que todos eles, de forma equivocada, previam futuro ruim para a ethernet na indústria. Mas, o Ethernet Industrial apareceu, o Ethernet industrial cresceu seus protocolos se tornaram, segundo a HMS, os mais vendidos em 2017. E os estagiários que a Murr contratou esse ano já nem são mais treinados em Profibus e DeviceNet.

E isto quer dizer que os profissionais entrevistados eram ruins? Não! Muito pelo ao contrário, conheci alguns e eles foram extremamente bem sucedidos em suas careiras! 

Quer dizer que diríamos alguma coisa diferentes se estivéssemos em seus lugares? Provavelmente não. Falar do futuro exigem que consideremos alguns eventos que acontecem pouco e desconsideremos alguns eventos que acontecem muito.

Outra parte interessante foi:

“Essa pergunta me lembra uma discussão sobre VMS e Unix e qual seria o padrão do mercado. Apareceu um tal de Bill Gates com um tal de Windows que se tornou, praticamente, padrão de mercado. Vem coisa nova por aí, com toda a certeza. Em que direção que isso irá acontecer nós não sabemos. Não há esgotamento de possibilidades.”

O que podemos aprender sobre o previsão de futuro?

A grande lição que fica para mim é ser mais humilde e acreditar que pode surgir alguma coisa nova que vai nos forçar a ir mais adiante e a nos pressionar a sermos mais produtivos. E você, deixe sua opinião nos comentários! O que você acha que vai acontecer com a Indústria 4.0 nos próximos anos? Acha “que não existe espaço no mercado”? Que “as tecnologias nunca chegarão no nível do dispositivo”? Ou vai dizer que “vai surgir coisa nova por aí”?

Se quiser saber mais sobre como a Indústria 4.0 afetará a Automação Industrial, assista nossa vídeo aula.

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