As pessoas adoram histórias. Estamos programados para prestarmos atenção quando alguém diz: “Ei, tenho uma história para te contar.” Eu li uma série de livros a respeito de histórias e contos – e é simplesmente fascinante. O motivo pelo qual as nossas orelhas se pões de pé e prestamos atenção às histórias é que este é um bom jeito de aprender. Os nossos ancestrais aprenderem, há muito tempo, que é melhor ouvir o Grok contar como ele escapou do tigre dente de sabre do que tentar aprender por conta própria, quando calhamos de encontrar um tigre dente de sabre perto do olho d’água.
Na nossa era, nada mudou. Nós prestamos atenção porque queremos testar cenários em nossas cabeças em lugar da vida real. Como eu iria reagir se eu fosse enganado? Como eu iria suportar a perda de um amor ou de um cônjuge? Ou como eu iria me virar para conseguir um novo emprego, se este aqui sumisse de repente? Uma vez que aquilo que acontece com as outras pessoas poderia acontecer conosco, as histórias são muito interessantes.
Uma das histórias mais importantes é a história da nossa “origem”. Todos nós temos uma história da origem. Sempre há algum motivo crucial para que nos encontremos onde estamos, fazendo o que estamos fazendo e pensando do jeito que pensamos. Algumas vezes, é porque um pai ou uma mãe nos guiou em uma direção. Outras vezes, é só porque aconteceu uma coisa única, que mudou as nossas vidas de forma inesperada. Uma história de origem diz muito a respeito de uma pessoa – o que ela valoriza, o que é importante para ela e como podemos falar com ela.
As tecnologias também têm histórias de origem. É claro que as origens da tecnologia não cativam a maioria de nós como o fazem as histórias de origem humana. Mas, com frequência, há um ponto de vista interessante quanto ao motivo pelo qual uma tecnologia se desenvolveu de certa maneira e sobre como as circunstâncias e o ambiente da época suscitaram a emergência dessa tecnologia. Os techies como nós se interessam muito por essas histórias.
Eu acho que a história da origem do EtherNet/IP é fascinante. De onde veio isso? Por que se desenvolveu desse jeito e por que é tão popular? Essa é uma boa história. Não é uma que eu contaria aos meus netos em frente à lareira. Mas é uma que eu contaria dentro de um bar, para outros caras da automação. Então, aí vai…
“Ei, eu tenho uma história pra te contar.”
Na década de 80, o trabalho de rede era muito limitado. De fato, era quase inexistente, a não ser por coisas como DH+ e Modbus RTU. Ficou bem claro que algo novo era necessário. As velocidades de automação estavam aumentando; havia mais I/O para se transferir. E, simplesmente, não havia largura de banda suficiente em DH+ e Modbus. Portanto, era necessário algo mais. Além disso, os usuários estavam cansados de protocolos exclusivos que os prendiam em uma experiência de fornecedor único (e à estrutura associada, de custo excessivo).
Esse algo mais, esse novo protocolo aberto, terminou sendo o ControlNet. Além do fato de que este era um protocolo aberto, ele possuía um comportamento determinístico preciso. Ele oferecia tráfego agendado e não agendado e organizava I/O e dados usando uma estrutura voltada para o objeto. Era tudo bem singular e novo. Parecia ser um verdadeiro campeão.
Infelizmente, o que os projetistas não sabiam era que eles estavam prestes a entrar na idade da Ethernet – uma idade na qual a Ethernet viria a dominar as comunicações corporativas e industriais. A Ethernet – com comunicações de 10 mega baud (100 e 1000 mega ainda estavam para vir) e um hardware padrão que logo se tornaria familiar para todos – não tardou a dominar. Primeiro, ela capturou a empresa e, em seguida, o chão da fábrica. O ControlNet, com seu limite de velocidade de 5 mega, logo seria relegado aos bastidores.
O DeviceNet, aquela mesma tecnologia de objeto sobre CAN, constituiu um bom primeiro passo. De fato, foi um avanço impressionante. Eu nunca tinha ouvido falar em CAN (Controller Area Networking) [operação de rede por área de controlador] antes e estava impressionado com ela. Até que enfim, um bom jeito de ligar até 64 aparelhos em campo, a alta velocidade, usando um protocolo aberto e que podia ser implementado por qualquer um. Ele finalmente havia aberto os consumidores presos em sistemas exclusivos de fornecedores para muitos de nós, fornecedores de menor porte e mais inovadores.
Porém, enquanto estávamos ocupados, adotando o DeviceNet, a Ethernet decolou como uma espaçonave no lado Comercial da casa. No final de década de 90, o core do DeviceNet, o CIP (Common Industrial Protocol) [Protocolo industrial comum], foi adaptado para TCP e UDP, a fim de formar o que, hoje, conhecemos e amamos: EtherNet/IP. E nós nunca mais olhamos para trás.
É uma história muito legal. A história da origem da EtherNet/IP certamente não vai se tornar um campeão de vendas. Mas, pessoalmente, eu acho que daria um ótimo filme. O Tom Cruise iria me representar. Mas eu provavelmente teria de escrever o script, eu mesmo.
Talvez eu vá contar essa história aos meus netos.
Esse texto foi traduzido do Portal da RTA do autor John Rinaldi, quer saber mais sobre EtherNet/IP? Confira nossos outros posts sobre esse assunto: EtherNet/IP Seguindo em Frente!, Protocolos de Redes, Conheça-os – Ethernet IP, Eu vou utilizar Ethernet Industrial, e agora?, 6 coisas que você deve saber sobre EtherNet/IP
E se ainda sobrou alguma dúvida
Se ainda sobrou alguma dúvida, clique no botão abaixo e receba uma ligação nossa.
Se o botão não estiver funcionando Clique Aqui!